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Mostrando postagens de julho, 2020

EXISTE VINHO QUE NÃO É FEITO DE UVAS?

Atenção, vamos com calma nesse post, porque esse assunto é um verdadeiro "causador de discórdia".  O vinho pode ser feito de outras frutas. Qualquer fruta que contenha levedura o suficiente para gerar uma fermentação espontânea pode ser utilizada para fabricar um vinho - #SÓQUENÃO.  Só que não, meus queridos. O produto dessas combinações não é considerado vinho para a legislação brasileira. Com base em uma pesquisa minuciosa, obtivemos a seguinte declaração do Diário Oficial da União, em conjunto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento/ Gabinete do Ministro: "Seção IV Art. 26. Vinho é a bebida definida no art. 3º da Lei nº 7.678, de 1988, obtida a partir da fermentação alcoólica de mosto simples de uva sã, fresca e madura." Conforme mencionado, o vinho é a bebida resultado da fermentação alcoólica do mosto simples de UVA madura. Além do mais, a palavra vinho tem como origem em grego "oinos", em latim "wein" e "wine" na

QUEM CUNHOU A FRASE "VINHO DO NOVO MUNDO"?

O autor do termo "Novo Mundo" (" Mundus Novus "), foi o italiano Américo Vespúcio (nome "abrasileirado" de  Amerigo Vespucci ), que foi um mercador, navegador, geógrafo, cosmógrafo e um grande explorador de oceanos a serviços dos Reinos de Espanha e Portugal.  O termo foi usado pela primeira vez no final dos anos 1400 e início dos 1500. Desde então, os termos "Velho Mundo" e "Novo Mundo" têm sido usados como uma maneira de contextualizar as diferenças entre Europa e a América, praticamente. Os países do Velho Mundo que se destacam na produção de vinhos são: Portugal, França, Itália, Alemanha e Espanha. Por outro lado, os países do Novo Mundo que se destacam são: Brasil, EUA, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Chile Argentina e Uruguai. Os termos além de descreverem a origem de um vinho, também indica um estilo baseado nas condições climáticas. Os vinhos do Novo Mundo eram tipicamente cultivados em climas mais quentes enquanto os d

O QUE É CORPO DO VINHO?

O termo "corpo" refere-se a sensação de maior ou menor densidade que o vinho traz a sua boca. Pode ser dividido como encorpado, médio corpo ou encorpado. Contudo, de acordo com o livro "Teoria e Prática da Degustação dos vinhos", escrito pelo renomado italiano Giancarlo Bossi, é classificado o vinho em relação ao corpo como: magro ligeiro de corpo de bom corpo (médio corpo) muito encorpado massudo Já o francês Émile Peynaud, brilhante enólogo e pesquisador francês, que foi chamado de "o antecessor da enologia moderna", fez uma referência a estrutura ou corpo do vinho utilizando dos seguintes termos: esquelético magro bastante encorpado muito encorpado pesado Ao falar sobre o corpo, um exemplo bem simples é comparar o leite desnatado (corpo leve), o leite integral (corpo médio) e o creme (encorpado). Isto serve como base de aprendizado, porém é importante saber que há outras divisões de corpo, como já mencionados.  Um vinho encorpado significa um vinho pote

O QUE É CUVÉE?

O  Cuvée  é uma É uma palavra francesa que foi imposta no campo enológico internacionalmente, especialmente no  c hampanhe, para distinguir um tipo de vinho específico. A palavra Cuvée é originária de "cuve" que significa "vat" ou tanque. "Cuvée" também indica o resultado obtido da união de "cru" (em francês indica uma vinha particular, ou uma parte dela a partir da qual é obtido um vinho em particular) diferente, para formar um certo tipo de vinho, a fim de alcançar uma qualidade ótima e garantir o mesmo nível de gosto ano após ano. O termo também é usado para indicar as melhores produções de vinícolas ou o must produzido pela primeira pressão de uvas. No entanto, geralmente, o termo refere-se a uma mistura ou seleção específica de vinho e ao engarrafamento feito a partir dele. O termo não é regulamentado e é frequentemente usado para descrever qualidade especial. Porém, não há nada de especial e o termo pode ser aplicado aos vinhos mais comun

O QUE SIGNIFICA NOTAS DE MINERAL NA DEGUSTAÇÃO DE VINHO?

A expressão "mineralidade" é uma das notas de degustação mais difíceis de explicar, cujo significado é muito vago, pois são coisas que reconhecemos no vinho mas que não colocamos na boca (exceto o sal). Fica mais complicado ainda porque cada estudioso tem uma opinião própria acerca da expressão. Alguns encaram a mineralidade como um termo positivo. Fato é que apresenta sabores de sal marinho, giz, pedras trituradas, pedras molhadas, ardósia, talco, calcário, cascalho, pederneira, concha de ostra, petrichor (cheiro de chuva em solo) ou até o aroma de ficar ao lado de uma parede de tijolos quentes!  Embora seja um termo útil, seu significado não é preciso. Geralmente, os vinhos designados como mineral são atribuídos como vinhos "puros", "elegantes", "ácidos", e "magros". Frequentemente, os vinhos feitos de Sauvignon Blanc, Riesling e Syrah são descritos com notas de mineral.

CARNE À BASE DE VEGETAIS HARMONIZA COM VINHO TINTO?

Surge uma dúvida entre os amantes do vinho: se o vinho tinto vai bem com carnes vermelhas, o que dizer das carnes à base de plantas? De acordo com o editor do Wine Spectator, o grande mestre de harmonização de comidas e vinhos, Harvey Steiman, a carne à base de plantas foi feita para simular a carne natural, portanto a harmonização perfeita de vinhos tintos tem êxito também com esse tipo de comida. Ele disse: "Sim, o vinho tinto é ótimo, e pode incluir também os vinhos brancos envelhecidos em carvalho. Os vinhos não precisam ser muito especializados para harmonizar com hambúrgueres, almôndegas ou chili. Vinhos simples, comida simples. Essa é a minha opinião." Steiman complementou, que uma comida grelhada e ensopada com molho de churrasco combina melhor com um vinho tinto, enquanto um prato de bolinhos cozidos seria melhor com um vinho branco.

O QUE É TEXTURA DO VINHO?

A textura refere-se à sensação do vinho na boca. Pode ser macio, áspero, aveludado, suave, viscoso, cremoso, oleoso, entre outros. A textura vem do equilíbrio dos elementos do vinho - álcool, açúcar, taninos e acidez. Para ter uma ideia sobre o assunto, imagine-se apreciando um strogonoff de frango, cremoso e macio. Ou ainda, tomando um sorvete italiano, gelato, que é mais macio que o sorvete de picolé. Essas sensações são as texturas que você sente. Embora nos vinhos essas texturas sejam um pouco limitadas, ela realmente ajuda os sommeliers a distinguir os vinhos entre si. Um outro termo semelhante, "tenso", significa um vinho que é "firme", que tem seus taninos e acidez realçados.

POR QUE NEM SEMPRE O AROMA DE UM VINHO É O MESMO DE SEU SABOR?

Quando se trata do ato de cheirar, leve em conta de que o nariz do ser humano consegue distinguir entre 10.000 a 1 trilhão de aromas diferentes. Esta informação já explica muita coisa, não é mesmo? Na questão de paladar, as papilas gustativas, que são pequenas saliências presentes na superfície da língua, captam os sabores básicos: doce, salgado, amargo, azedo e salgado (a medicina detectou mais dois - o metálico e o umami - mas não são aceitos por todos os cientistas). É interessante saber que o cheiro afeta no que provamos. Faça você mesmo o teste, tampe seu nariz e coma uma fruta. Não sentirá o gosto exato. O ato de cheirar e sentir o gosto são processos fisiológicos distintos. Posso não sentir o cheiro de um chocolate amargo, mas com certeza consigo sentir o gosto; sinto um cheiro esfumaçado de churrasco, mas o frango tem um gosto único. Em relação aos vinhos, há muita coisa em jogo. Os elementos como taninos, acidez, álcool e dulçor influenciam muito. Até a temperatura pod

NOTAS DE FRUTAS VERMELHAS DE UM VINHO

É muito comum as pessoas sentirem somente o sabor e aroma de frutas vermelhas em um vinho. Mas é possível discernir qual fruta específica. Lógico que sabor vai de cada um, por isso é imprescindível que faça perguntas para si mesmo. Os sabores são frescos, secos ou cozidos? Tem sabor de geleia ou sorvete? Daí, vá reduzindo as perguntas. Encontre algo mais específico, como morango, framboesa, amora, cereja, melancia ou groselha. Qual te lembra mais, quando toma o vinho? Lembre-se também que o vinho pode ir além dos sabores de frutas vermelhas. O Vercelli Cabernet Sauvignon por exemplo, além de revelar uma nota de framboesa, tem como predominância as notas de ameixa preta e amora.

COMO DESCREVER OS VINHOS?

Se você é iniciante, a primeira coisa que deve fazer é se familiarizar com vocabulário dos vinhos. Ajudamos muito neste requisito, todos os dias postamos uma nova palavra do dicionário enológico, com explicações simples e diretas. É recomendado habituar-se com as notas de degustação e também começar a prestar atenção em tudo o que bebe e cheira, além de vinhos, como por exemplo o chá, café, óleos e perfumes. Faça testes, deguste um vinho e anote a primeira coisa que sentiu. É importante não ter vergonha de falar o que está sentindo - cada pessoa tem um gosto diferente. Está tudo bem se o seu palpite divergiu com o de outra pessoa. Gosto é único. Além da leitura, é essencial desenvolver uma relação de amizade com pessoas que são amantes do vinho e também do pessoal que trabalham com vinhos - enólogos, sommeliers, comerciantes.

COMO DISTINGUIR OS TANINOS E A ACIDEZ DE UM VINHO?

É compreensível a dificuldade para distinguir os dois principais elementos do vinho - acidez e os taninos. Os taninos, que são os polifenóis presentes em casca e sementes, atuam como efeito antioxidante no nosso organismo. É possível notar os taninos pela sensação de secura, puxão, especialmente na parte interna das bochechas. Um vinho altamente tânico, pode inclinar para amargura ou excesso de adstringência. A acidez, outro elemento importantíssimo, acrescenta um frescor e nitidez no vinho. Os vinhos brancos tendem a ter mais acidez do que os tintos, pois a maioria dos vinhos tintos passam por uma conversão malolática em seu processo de vinificação. Portanto, ao degustar, perceba que a sensação de secura é causada pelos taninos e o ato de salivar é causada pela acidez do vinho. É mais provável notar mais acidez nos vinhos brancos, e mais taninos nos vinhos tintos. O excesso de taninos e acidez em um vinho, produz um "vinho agressivo", já mencionado pelos nossos posts

QUAL A MANEIRA CORRETA DE SEGURAR UMA TAÇA DE VINHO?

Em primeiro lugar, a taça de vinho deve estar firme e confortável na sua mão. Assim, você pode segurar sua taça da maneira que quiser. Agora, você pode parar de ler daqui em diante, pois o que abordaremos nesse texto é considerado "FRESCURA" por bastante pessoas. Além de confortável na sua mão, há sim, etiqueta para segurar uma taça de vinho. Aliás, é primeiro passo para demonstrar formalidade, elegância, educação e polidez com vinhos. Por sorte, não é nem um pouco complicado de fazer isso: As taças de vinho foram projetadas para serem seguradas pela haste (se houver uma, lógico, caso não haja, não há regras).  Dessa forma (IMAGEM 1 e 2 do post), garante que o calor da sua mão não transfira calor para o vinho na taça. Outra vantagem disso, é que facilita girar o vinho, despertando a sua complexidade aromática, além de permitir apreciar a cor do vinho e evitar manchas desagradáveis de suas impressões digitais. Não importa onde você segura a taça pela haste. Algumas p

UTILIZAR CEDRO NA PAREDE DA ADEGA

Em geral, o cedro não é escolhido para estantes de vinhos, pois o material pode ficar frouxo, mas pode ser uma boa opção para ser utilizado nas paredes da adega. Naturalmente, o cedro tem um aroma muito distinto. Em um lugar pequeno, com pouca ventilação como o armário, esse cheiro pode ficar bastante concentrado. Isso pode ser solucionado com um sistema de refrigeração, que mantém o fluxo de ar constante. Ainda, esse cheiro pode eventualmente ser absorvido pelos rótulos dos vinhos, mas não há provas científicas de que os odores do ambiente possam interferir o vinho por dentro da garrafa selada. O importante saber é que há várias opções de madeira para prateleiras de adegas, como por exemplo, amieiros, sequoias, mogno, bordo, carvalho e nozes. Com base nisso, tenha em mente que a madeira deve ser resistente e não propensa a mofo ou bolor.

O TERMO AMANTEIGADO

Geralmente o termo "amanteigado" é utilizado para descrever os vinhos feitos a partir da uva Chardonnay, mas outros vinhos também podem ter sabores, aromas ou texturas amanteigados. Isto se deve ao composto chamado diacetil - subproduto NATURAL da fermentação. Há outras formas de descrever o vinho Chardonanay, como por exemplo, o caramelo. Interessante saber que o diacetil é adicionado em pipocas, bolachas e margarinas. Apesar de ser um processo natural, os produtores de vinho estimulam a produção adicional de diacetil, por meio de uma conversão malolática, no qual o ácido málico de um vinho é convertido em ácido lático, mais suave e cremoso. Para evidenciar mais ainda as notas de manteiga do vinho, pode realizar uma exposição do vinho em barris de carvalho. É importante saber que amanteigado não é um termo positivo nem negativo; é apenas uma nota que qualifica o vinho que está tomando.

COMO NOTAR AS DIFERENÇAS DE AROMA E PALADAR DE UM VINHO VELHO?

De um modo geral, aos 10 anos de idade de um vinho, já é possível perceber que os aromas primários (notas de frutas frescas como cereja, amora, maçã, frutas cítricas etc.) estão desaparecendo. Em vez de se destacarem como frescos ou maduros, eles são mais silenciosos ou assumem expressões sutis. Os aromas secundários começam a se acentuar à medida que o vinho envelhece, e são elas que surgem do processo de vinificação (fermentação, conversão malolática e principalmente envelhecimento em barril de carvalho) - notas de especiarias, baunilha, café, cedro ou ainda, chá. Os vinhos envelhecidos há 10 anos ou mais já podem revelar aromas e sabores terciários. São notas complexas de terra, nozes e cogumelos. Os compostos fenólicos estão se ligando, criando sedimentos - um sinal de que envelheceu. Os tons mais atijolados e de cobre indicam um vinho mais antigo. Os taninos também estarão mais reintegrados, que eventualmente, podem retroceder e estarem muito estruturados.

QUEM É QUEM NO RESTAURANTE?

Saiba as funções de cada profissão dentro do restaurante para não se confundir na hora de ser atendido. 1. Maître:  O maître é o cargo superior do serviço e responsável por toda a brigada. É ele quem tira o primeiro pedido das mesas, esclarece possíveis dúvidas sobre os pratos do cardápio e faz o serviço de vinhos, caso o estabelecimento não possua um sommelier. Quanto ao uniforme, normalmente, o maître usa smoking; necessariamente, seu uniforme é mais sofisticado que os dos garçons. 2. Hostess:  A hostess é a recepcionista do restaurante. Sua função principal é controlar as reservas de mesa. Ela fica praticamente todo o tempo na entrada do restaurante, saindo apenas para acompanhar os clientes até suas mesas. Seu uniforme depende muito do estilo do restaurante: nos mais tradicionais pode ser um terninho feminino ou um tailleur ou um discreto conjunto de saia e blusa; nos estabelecimentos mais informais, pode chegar até a uma calça jeans com camiseta; nos restaurantes típicos é com

ETIOLOGIA DA PALAVRA SOMMELIER

Na Europa medieval, o deslocamento dos senhores feudais e dos príncipes para a conquista de novos territórios ou para a guerra era sempre seguido de comitiva numerosa. Parte dessa comitiva, sempre na retaguarda, era formada pelos subalternos que transportavam alimentos e bebidas, panelas e caldeirões, talheres, copos e pratos. Essas mercadorias vinham dentro de fardos e constituíam a soma, somme, em francês, isto é, o conjunto de víveres com que se alimentavam os nobres de seu séquito. Por isso mesmo os animais de transporte e as viaturas eram chamados sommiers (sic). Por uma evolução lingüística natural, os oficiais encarregados do transporte de tais passaram a ser chamados, inicialmente, sommierliers.

A HISTÓRIA DA PROFISSÃO SOMMELIER

No período da Renascença , a moda de envenenar as pessoas à mesa esteve em grande voga. Os provadores da época dotados de extrema habilidade, detectavam as substâncias perigosas que se ocultavam em comidas e bebidas, e como experimentavam pouquíssimo, nem sempre se davam mal. As pessoa que tinham o paladar aguçado eram considerados os melhores detectores de diferentes sabores, inclusive venenos e substâncias letais, em comidas e bebidas. Antes do século XVII, na França, com a popularização dos restaurantes em Paris, as tarefas foram definidas para cada tipo de trabalho, garçons, maitre, sommelier, etc. Sendo assim os profissionais que tinham o dom e treinavam para possuir paladar aguçado, começaram a ser utilizados para melhorias de comidas e bebidas, principalmente para melhorias dos sabores e aromas dos vinhos. Com isso, os   enólogos   começaram a aproveitar esses profissionais para produzirem vinhos de melhor qualidade. Os sommeliers hoje em dia, são profissionais que identifi

MEME SOMMELIER

FONTE DA JUVENTUDE

Em certa ocasião, o marechal Richelieu, amigo próximo do rei Luís XV, foi consultar um médico bordalês que lhe recomendou beber Lafite, um dos vinhos mais apreciados e famosos do mundo; "o mais fino e agradável de todos os tônicos". Ao retornar à corte, o rei indagou o amigo sobre a sua aparência rejuvenescida. Richelieu respondeu: "Vossa majestade ainda não sabe que encontrei a fonte da juventude? Descobri que Château Lafite faz bebidas revigorantes: elas são tão deliciosas quanto a ambrósia dos deuses do Olimpo". Os membros da realeza apreciavam à brava essa bebida. As amantes oficiais de Luís XV, Madame Du Barry e Madame de Pompadour eram grandes entusiastas por este vinho. A corte inglesa também apreciavam o vinho, e o primeiro ministro Robert Walpole comprava um barril a cada três meses.  Lafite foi vendido em 1784, cinco anos antes da Revolução Francesa, pois o marquês Ségur morreu e houve uma divisão das propriedades da família, pois ele não teve her