Pular para o conteúdo principal

EXISTE VINHO QUE NÃO É FEITO DE UVAS?



Atenção, vamos com calma nesse post, porque esse assunto é um verdadeiro "causador de discórdia". 

O vinho pode ser feito de outras frutas. Qualquer fruta que contenha levedura o suficiente para gerar uma fermentação espontânea pode ser utilizada para fabricar um vinho - #SÓQUENÃO. 

Só que não, meus queridos. O produto dessas combinações não é considerado vinho para a legislação brasileira. Com base em uma pesquisa minuciosa, obtivemos a seguinte declaração do Diário Oficial da União, em conjunto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento/ Gabinete do Ministro:

"Seção IV

Art. 26. Vinho é a bebida definida no art. 3º da Lei nº 7.678, de 1988, obtida a partir da fermentação alcoólica de mosto simples de uva sã, fresca e madura."

Conforme mencionado, o vinho é a bebida resultado da fermentação alcoólica do mosto simples de UVA madura. Além do mais, a palavra vinho tem como origem em grego "oinos", em latim "wein" e "wine" nas línguas germânicas e anglo-saxônicas, que ambos termos podem corresponder a videira. 

Na União Europeia, o vinho é legalmente definido como o produto por fermentação parcial ou total de uvas frescas, inteiras ou esmagadas, ou de mostos - semelhante a lei brasileira. 

No entanto, o que dizer dos "vinhos que não são vinhos" mencionados no início do texto? Eles são fermentados de outras frutas, ou derivados. Há fermentados de maçã (a famosa sidra que o personagem Professor da série "La Casa de Papel" dizia produzir), fermentado de ameixa, de cereja, de caju, de jabuticaba, de pera, entre outros. Essas bebidas adquirem graduação alcóolica porque as frutas empregadas possuem açúcar e naturalmente, possibilitam a sua fermentação espontânea. 

O texto começou com uma pegadinha, porque existe realmente um debate acalorado entre o pessoal do comércio e produtores de vinhos, e também, especialmente entre os estrangeiros. Mas diante de tanta discussão, é melhor seguir no que a lei diz, não é mesmo? Além disso, somos livres para escolher o que vamos consumir, seja um vinho, ou um fermentado, ou bolacha, ou biscoito.


Texto redigido por @gabriel_vercelli

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

SE O VINHO É LÍQUIDO, COMO ELE PODE SER SECO?

Parece contraditório, ou mesmo impossível, que uma bebida seja seca. No entanto, quando se diz que um vinho é seco, não estamos falando de seu estado físico, que é líquido. Mas sim da sua classificação quanto ao teor de açúcar. Neste caso, de acordo com a legislação brasileira, um vinho pode ser seco, demi-sec (ou meio-seco) ou suave. O vinho seco tem uma concentração de glicose de até 5 gramas por litro. O demi-sec, entre 5 g/l e 20 g/l.  O suave contém mais de 20 g/l. A confusão em relação ao termo seco vem da tradução da classificação francesa. A palavra “sec”, em português, quer dizer seco. Só que palavras correspondentes possuem sentidos diferentes em cada língua.”No francês, seco não se refere apenas a algo que não é úmido. Seco é o oposto de algo que não é macio ou suave. Poderia ser um sinônimo para áspero ou rude”, explica o sommelier Vinícius Santiago, da Vinícola Salton. Com uma concentração de glicose de 5 g/l, que caracteriza o vinho seco, o sabor adocicado não diminui a p

QUAL A MANEIRA CORRETA DE SEGURAR UMA TAÇA DE VINHO?

Em primeiro lugar, a taça de vinho deve estar firme e confortável na sua mão. Assim, você pode segurar sua taça da maneira que quiser. Agora, você pode parar de ler daqui em diante, pois o que abordaremos nesse texto é considerado "FRESCURA" por bastante pessoas. Além de confortável na sua mão, há sim, etiqueta para segurar uma taça de vinho. Aliás, é primeiro passo para demonstrar formalidade, elegância, educação e polidez com vinhos. Por sorte, não é nem um pouco complicado de fazer isso: As taças de vinho foram projetadas para serem seguradas pela haste (se houver uma, lógico, caso não haja, não há regras).  Dessa forma (IMAGEM 1 e 2 do post), garante que o calor da sua mão não transfira calor para o vinho na taça. Outra vantagem disso, é que facilita girar o vinho, despertando a sua complexidade aromática, além de permitir apreciar a cor do vinho e evitar manchas desagradáveis de suas impressões digitais. Não importa onde você segura a taça pela haste. Algumas p

GOETHE E SUA RELAÇÃO COM O VINHO

Johann Wolfgang von Goethe foi um polímata, escritor e estadista alemão do Sacro Império Romano-Germânico. Além disso, Goethe também era um especialista em vinhos. Seu avô tinha uma loja de vinhos e seu pai Johann Caspar Goethe teve uma adega de vinhos em Frankfurt e também possuía vinhedos. Goethe escreveu: “Uma mulher e um copo de vinho aliviam todas as dificuldades, e quem não beija e quem não bebe, está morto há muito tempo”. De fato, Goethe foi uma das mais importantes figuras da literatura alemã e do Romantismo europeu, nos finais do século XVIII e inícios do século XIX. A mãe de Goethe herdou um número considerável de barris de vinho. Diz-se que o garoto bebia regularmente e isso explicaria sua tolerância (quase nunca se embriagava). Christiane, esposa de Goethe, também compartilhava sua paixão pelo vinho e, em muito de suas cartas e escritos, há temas de vinho. “O vinho alegra o coração do homem e a alegria é a mãe de todas as virtudes”, teria escrito.