Parece contraditório, ou mesmo impossível, que uma bebida seja seca.
No entanto, quando se diz que um vinho é seco, não estamos falando de seu estado físico, que é líquido. Mas sim da sua classificação quanto ao teor de açúcar. Neste caso, de acordo com a legislação brasileira, um vinho pode ser seco, demi-sec (ou meio-seco) ou suave. O vinho seco tem uma concentração de glicose de até 5 gramas por litro. O demi-sec, entre 5 g/l e 20 g/l. O suave contém mais de 20 g/l.
A confusão em relação ao termo seco vem da tradução da classificação francesa. A palavra “sec”, em português, quer dizer seco. Só que palavras correspondentes possuem sentidos diferentes em cada língua.”No francês, seco não se refere apenas a algo que não é úmido. Seco é o oposto de algo que não é macio ou suave. Poderia ser um sinônimo para áspero ou rude”, explica o sommelier Vinícius Santiago, da Vinícola Salton.
Com uma concentração de glicose de 5 g/l, que caracteriza o vinho seco, o sabor adocicado não diminui a percepção de outras características da bebida, como uma maior acidez ou um toque amadeirado. Com uma maior concentração de açúcar, estas outras sensações são amenizadas. “É como se o açúcar amaciasse o vinho”, acrescenta o sommelier.
Portanto, se alguém quer provar um vinho com sabor mais rústico e próximo ao original, o melhor é optar pelo seco – que virá bem molhadinho.
Comentários
Postar um comentário